quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cruz da Senhora


Hoje deixo-vos um vídeo recentemente feito mesmo em cima do penedo que tem cravada a cruz luminosa no parque da Senhora das Necessidades.

O incêndio que no passado ano por esta altura devastou tudo que era vegetação na serra, também por ali deixou as marcas da sua passagem, derretendo os cabos de alimentação eléctrica bem como o próprio néon que dava visibilidade nocturna à cruz, ficando as aldeias do Brunheiro desde então, sem o ponto de referência que lhes assinalava o Santuário da Nossa Senhora das Necessidades e do Engaranho em Castelões.

Mesmo sem sinal luminoso a capelinha da Senhora continua lá e por se tratar do primeiro Domingo do mês de Setembro, é para lá que no próximo fim-de-semana muitos fiéis, devotos e romeiros das mais diversas procedências acorrem, juntando-se aos da terra em momentos de recolhimento e diversão.

O dia da festa está a chegar. Se para uns é um dia mais no ritual dos anos, para outros, a é ocasião para junto dos familiares, amigos e na terra que os viu nascer, matarem as saudades.

Saudades vou ter eu, de no sábado não ver as mulheres da terra nas pedras do forno do povo, com as suas roupas cor de luto, matizadas de branco da farinha que saltava dos alguidares de barro preto, atarefadas na confecção dos  Roscões, que nos haviam de chegar à mesa tão saborosos quanto belos, tostadinhos por fora e marelinhos por dentro!!! Feitos com ovos das pitas lá de casa... Claro!




Estejam aonde estiverem, desejo-vos um Bom dia de Festa.






terça-feira, 28 de agosto de 2012


A pedra e o seu enigma.


…Seja como for, a pedra está cá e o enigma? Permanecerá...


Foi assim que acabei a estória que hà poucos dias escrevi, AQUI

Hoje volto ao tema, desta vez para vos falar sobre os desenvolvimentos que se seguiram à descoberta da pedra.

Salvaguardando a possibilidade do achado ser danificado e enquanto o enigma sobre o significado da gravura permanecer, achou-se por bem retirar a pedra da serra e leva-la para o povo.

Formado o grupo de voluntários e munidos das ferramentas necessárias para a remoção e carregamento, parti-mos em direcção ao marco branco dos forninhos.


Chegados ao local e antes de iniciar  o trabalho, estudou-se a melhor forma de retirar a pedra evitando o risco de a danificar durante a operação.


Depois de retirada a pouca terra que a suportava chegou a surpresa... A pequena lasca de fraga que aparentemente parecia inofensiva, afinal revelou-se de enorme peso e foi com bastante dificuldade que se conseguiu coloca-la a jeito de carregar...



A colocação estratégica do tractor foi importante para facilitar o trabalho seguinte, que havia de ser cuidadoso e só à custa de muita força de braço e alguma técnica, finalmente a pedra ficou carregada.




Já no povo, a tarefa de colocar a pedra no sítio escolhido foi muito mais fácil, já que o atrelado era basculante e no local estavam mais homens, que se foram chegando para dar uma ajuda.


Salvo algum acto de vandalismo, que felizmente pelas nossas bandas não hà registo, a pedra gravada agora está em segurança e em local de boa exposição podendo ser observada e admirada por todos.


Entretanto hà novidades relativamente aos pareceres solicitados a organismos das áreas da arqueologia e património, que chegaram depois da pedra ser mudada.

Assim e através da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses, chegou-nos o seguinte mail:

...A julgar pelas fotos, parece tratar-se de uma estela insculturada* , atribuída à idade do Bronze final, de um tipo relativamente frequente no interior do país. Porém, para uma opinião mais formada, teria que observar directamente a peça...

* Denomina-se arte esquemática uma série de representações pré-históricas, mormente gravuras rupestres, que aparecem na península Ibérica associadas às primeiras culturas metalúrgicas do Calcolítico e da Idade do Bronze, mesmo com sobrevivências marginais no começo da Idade do Ferro.

Fonte: Wikipédia


...Seja como for a pedra agora está plantada na eira do forno, bem no centro do povo e o enigma começa a deixar de o ser... 
Aguardemos novos desenvolvimentos...




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Castelões/Castelãos



Castelões é uma pequena aldeia da freguesia de Calvão, no concelho de Chaves, cujo topónimo lhe advém do Castelo, designação dada a um lugar da povoação.
Também foi aldeia castreja; bem perto situa-se o que o povo designa por Outeiro dos Mouros, à volta do qual ainda permanecem arruinados dois panos de muralha.

Diz Alexandre Herculano que os tenentes ou governantes dos castros espalhados avulsamente pelo país eram denominados por castelões ou castelãos.*

Próximo desta aldeia passava uma importante via militar romana. Tem uma igreja barroca, muito bem conservada. No centro da aldeia eleva-se um cruzeiro de 1879, obra artística que apresenta Cristo Crucificado numa face e a Senhora da Piedade na face oposta. Possui ainda um forno do povo, memória da vida comunitária nesta região.

A escola do primeiro ciclo está fechada por ordem governamental. Possui também o seu Centro Cultural e Desportivo para ocupação e lazer dos residentes.

Perto da aldeia situa-se o santuário da Senhora das Necessidades e do Engaranho, também de muita devoção popular. A sua festa realiza-se a cada primeiro domingo de Setembro. É advogada das doenças das pernas. Para a cura, o ritual consta da lavagem do doente na piscina natural da rocha, largar a roupa que trazia vestida, vestir outra e regressar por outro caminho.

* História de Portugal, tomo VII, Livro VIII, Pág.190