terça-feira, 25 de setembro de 2012

Recordações


Com a mudança dos tempos, que não se compadecem com costumes, gostos ou sentimentos, vão mudando as formas de vida, a utilidade das coisas, o aspeto dos núcleos urbanos e até a geografia do planeta.

Há muito que Castelões acompanha essas mudanças.

O abandono e ruína de grande parte das velhas casas no centro da aldeia, as demolições e reconstruções fora do traçado original, a deslocalização de novas construções para bairros limítrofes, a desertificação, as bem-feitorias ou  o aparecimento de novas ferramentas e equipamentos,   contribuem para a diferença da vida cotidiana, da visão paisagística bem como dos hábitos da terra e das gentes.

Dos meus arquivos, retirei  um conjunto de fotografias que dão testemunho da evolução e nostalgia dos tempos.
Aldeia vista do Montagudo nos anos 70.
Neste tempo não havia edição digital, estas fotos foram editadas  com o sistema, corta e cola...   
Vista a partir do Calvário.
 Casas antigas abandonadas e em ruínas.
Artéria virgem nos anos 70. Hoje já falta uma casa que foi demolida.
Parte superior da rua do Castelo nos anos 80. Conserva a mesma originalidade nos dias de hoje.
Aqui foi demolida a casa ao fundo, para abertura da travessa de S. Pedro, criando-se assim um novo acesso à igreja.
Novas construções e restauros.
 Acabaram as vacas e com elas o som do chiar de eixos dos carros...
Acabaram as malhadas. Grandes jornadas comunitárias e uma tradição ancestral em que o trabalho se misturava com a alegria. 



Imagem rara na actualidade. Os rebanhos e a lavagem no poço são cada vez menos frequentes.
Esta chaminé foi um ícone da aldeia. Dela, resta lá por casa alguma chapa amolgada e ferrugenta.
A par do futebol, as chegas com o boi da terra, levavam ao Montagudo muita gente.
É impossível formar uma equipa de futebol hoje, só com jogadores da terra.
Como é impossível praticar o jogo, com o velho campo da bola neste estado.
Até este castanheiro em Pedrete, perdeu a sua imponência ao ser queimado pelo fogo...

Sinais dos tempos modernos, com todos os seus prós e contras.




sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Alto dos Forninhos


A propósito do Post anterior...

Certamente este local terá um dos marcos geodésicos mais altos do concelho de Chaves e foi de lá, do marco branco dos Forninhos, que foi feito este filme.

Embora não nos dê a perspectiva da aldeia e de grande parte do seu território, excepção aos Chães e Panadeira, do local a vista leva-nos até aos concelhos vizinhos de Montalegre, Boticas, Vila Pouca de Aguiar, Valpaços e Verim, na Galiza.

Perto, estão os marcos de estrema que dividem as terras de Castelões, Soutelinho da Raia e Meixide e o local em que foram encontradas as pedras (Estelas) levadas para a eira do forno.

De acesso difícil para viaturas sem tracção, vale a pena uma caminha até ao local para observar a magnífica paisagem.







terça-feira, 18 de setembro de 2012

Descobertas


Já aqui falamos sobre uma descoberta arqueológica no alto dos Forninhos. Hoje vamos falar sobre uma segunda descoberta.


Depois de recolhida e colocada na eira do forno a primeira pedra descoberta, sempre ficou na ideia do Armindo uma outra pedra que tinha avistado a poucos metros do mesmo locar.



E foi em nova ida aos Forninhos para levantar a pedra, que verificou ter razão quanto ao seu pressentimento, pois tratava-se de um segundo achado em todo parecido com o anterior.




Também ela foi recolhida e colocada junto da primeira, na eira do forno.


Depois de lavada e pela sua melhor conservação, logo saltaram à vista as diferenças entre ambas, que embora semelhantes na forma e tamanho,  tem nos temas gravados algumas diferenças, aparecendo neste exemplar uma lança, uma espada, uma figura de pessoa e outras que podem observar nas fotografias.


Falta mobilizar na terra, algumas pessoas  com capacidades e vontades demonstradas, para arrancarem com o projeto do desejado museu na escola, local perfeito para reunir todo o material, arqueológico e etnográfico existente.


Pelo interesse dos achados, que podem levar o nome de Castelões para os compêndios da arqueologia nacional, naturalmente que voltaremos ao assunto mais vezes.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

No alto do Fragão


Hoje vou deixar um filme feito no alto do Fragão e que mostra, tanto a beleza dos nossos montes como a paisagem que de lá se avista, 

Certamente, serão muitos aqueles que ao vê-lo, recordarão os bons e os momentos de trabalho sofrido que lá passaram durante grande parte da mocidade.

Seria interessante haver filmes ou fotos com 40 ou 50 anos feitos a partir do mesmo local, possibilitando observar a diferença no tempo...

Na falta desse material, só quem viveu os dois tempos tem possibilidade de constatar essa realidade. Espero que este video ajude.

Para quem não conhece e gosta da vida ao ar livre, caminhar ou passear de bicicleta pelos montes, fica o convite, visitem Castelões, sintam a hospitalidade das suas gentes e desfrutem das suas magnificas paisagens.




terça-feira, 11 de setembro de 2012

Serra e mar


O Agosto é por excelência o mês das férias e para muitos falar de férias é falar de praia.

Em Castelões as pessoas pensam exatamente como as outras,   gostando da mudança de ares em Agosto.

Foi com esse propósito que se organizou na aldeia uma ida à praia, não que o sol seja escasso por lá, mas para se possibilitar aos habitantes da terra e aos emigrantes que por lá andam nesta altura, a oportunidade de passar um dia diferente em diferentes locais de diferentes paisagens.

A jornada começou pelo lusco-fusco matinal e com a carreira contratada para o efeito, lotada dos seus cinquenta lugares e mais  houve-se, iniciando-se a viagem com destino a Vila Praia de Âncora, no Minho.

A deslocação pareceu rápida, não só pelo trajeto ter sido feito pelas modernas autoestradas que ligam Chaves a qualquer parte do pais ou da Europa, mas também porque a animação a bordo foi constante, levando a que se chegasse ao destino quase sem se dar por conta.

Do programa constava uma boa manhã de praia até cerca das quinze horas, que assim foi.
Depois de desfrutado o prazer da praia, da água, da vila, do momento e da companhia dos amigos e familiares que se juntaram à excursão, chegava a hora da viagem de regresso, que contava com uma paragem na Penha, em Guimarães, para alimentar o corpo, que a hora já ia adiantada.

À chegada, foi retirado da bagageira do autocarro o fartado farnel, que em partilha foi posto à disposição, para delicia de todos os excursionistas e não só, pois houve quem por ali andasse e à boa maneira transmontana fosse convidado para uma tirar uma bucha.

Depois da merenda e antes da partida, houve tempo para passear pelos bosques na descoberta dos muitos cantos e recantos e das singularidades que o local proporciona.

Diz quem foi, que foi um dia daqueles...

As fotos que documentam alguns dos melhores momentos, foram gentilmente cedidas pela Sílvia da Fonte.

























sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A festa - Domingo



O verdadeiro dia da festa chegou.

Como sempre, o primeiro sinal de que à festa na aldeia, é dado às oito da matina com o rebentamento dos foguetes de alvorada.
Uma dúzia de escuros, que as finanças não andam famosas...

Suficientes para alertar as gentes que está na hora de ultimar os preparos, pois a banda não tarda a passar e logo-logo temos que ir para o Santuário pois a missa não espera...



Assim e passadas duas horas a Banda de Ervededo chega, forma e ao passo ritmado das melodias executadas, rompe aldeia dentro, seguindo o seu Mestre e o Mordomo da festa, que os guiará em circuito que terminará junto ao cruzeiro.


 A partir daí, começa o vai e vem de carros transportando pessoas, alguns em segunda carga que a família é grande, com destino ao local aonde tudo se vai passar.

Ao meio-dia teve inicio a missa solene, presidida pelo padre Diogo e acompanhado por um pregador que faria o habitual sermão de circunstância e pelo acólito, conhecido de muitos pelas vezes que celebra missa na aldeia.





As celebridades religiosas da festa encerram com a procissão em volta do Santuário.






Assim foi a manhã da festa.

O programa da tarde foi de baile, com musica servida pela banda filarmónica, alternando ao conjunto musical, levando ao recinto muitos pares de bailarinos que abrilhantaram a festa até ao por do sol.





Depois da janta, arrancou o arraial ao som da musica do conjunto até às duas da madrugada, tendo sido interrompido por volta da meia-noite para o lançamento do tradicional fogo de artificio.



Fechado o pano e depois de um ano de gestão complicada, a comissão de festas consegui manter a identidade e dignidade da festa de Castelões em honra da Nossa Senhora das Necessidades, estando por isso de parabéns.